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A culpa da polarização política nos EUA não é da internet


Imagem: Andrew Vickers on Unsplash

O economista Jesse M. Shapiro, da Universidade Brown, desmontou um dos maiores lugares-comuns a respeito da influência da internet e das redes sociais na vida política dos Estados Unidos. Usando dados demográficos e pesquisa de campo, Shapiro descobriu que os maiores níveis de polarização política dos EUA se encontra em grupos que usam menos a internet.


No entanto, isso não quer dizer que a internet não tenha papel algum na intensificação da polarização. Mas, diz Shapiro, os dados "colocam em questão algumas narrativas comuns que ligam a polarização ao noticiário on-line e às mídias sociais". Junto da ascensão de Facebook, Twitter, Instagram e outras plataformas, veio a idéia de "bolha", que é o que supostamente ocorre quando as informações a quem temos acesso nesses ambientes são apenas aquelas que correspondem às nossas crenças pré-existentes.



Imagem: Jamelle Bouie/Creative Commons

O resultado do estudo coloca em xeque esse raciocínio. Segundo os dados de Shapiro e seus colegas, o maior grau de polarização está na população mais velha (com 65 anos ou mais). Nesse grupo, o uso de mídias sociais é de menos de 20%. Entre os mais jovens, dentre os quais 80% usa as plataformas de conexão on-line, a polarização foi significativamente menor.


Entretanto, a pesquisa não contraria a percepção de que as discussões nas mídias sociais não sejam polarizadas. De fato, um outro estudo, realizado com usuários de Twitter do Reino Unido, mostrou que as pessoas que se identificam com um determinado grupo político interagem mais com perfis sintonizados com suas visões ideológicas.

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