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A educação pode acabar com as fake news?

Em busca de antídotos para desafios contemporâneos, o Festival Path 2019 terá uma aula de combate à mentira disseminada


Por Brunella Nunes

Nas eleições recentes, um novo fenômeno surgiu para estremecer a sociedade e vem se espalhando como um incontrolável vírus por meio da internet. As notícias falsas desestabilizaram o cenário político, social e econômico, gerando marcas profundas ao redor do mundo e incontáveis conflitos. O problema ainda segue em busca de solução. Será que a educação pode acabar com as fake news? O Festival Path 2019, que acontece nos dias 1 e 2 de junho em São Paulo, vai em busca de respostas para a pergunta que não quer calar.

Mentir não é um comportamento contemporâneo. Existe desde quando o homem aprendeu a caluniar ou alterar fatos em prol de um benefício próprio. A medida em que a tecnologia avança, abriram-se meios mais sofisticados de enganar o próximo, especialmente no fantasioso universo da internet, um lugar prático, rápido e, por vezes, irrastreável de disseminar informações, sejam elas verdadeiras ou não, o que resulta na manipulação em massa, ferramenta bem conhecida por políticos, especialmente os mais tiranos.


Sem a devida checagem, o compartilhamento orgânico nas redes sociais, feito entre os contatos de cada pessoa que tem a notícia falsa em mãos, ou através de bots (robôs de compartilhamento em massa de informações) que atuam em perfis falsos, potencializa o alcance de uma fake news. Daí nasce o incontrolável fenômeno, que se espalha 70% mais rápido do que as notícias verídicas, segundo cientistas do renomado MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts.


“Uma informação falsa compartilhada por seus pais, seus melhores amigos ou companheiros afetivos tem uma maior potencialidade de ser aceita enquanto verdade, uma vez que se confia subjetivamente na pessoa que a compartilhou — e não necessariamente isso envolve a pessoa ou grupo que produziu a informação em questão”, explicou o educador e consultor de inovação pedagógica Kadu Braga.


Jovens são agentes transformadores capazes de instruir sobre as mazelas da era digital

Levar o assunto para dentro da sala de aula pode ser importante a partir do momento em que neste lugar se desenvolve o senso crítico entre crianças e jovens, potenciais resolvedores de problemas para os quais adultos de uma outra geração não possuem experiência, vocabulário e prática para solucionar. São os alunos que poderão frear o compartilhamento de bobagens mentirosas, educando seus pais, tios e avós a fazerem o mesmo processo de investigação e desconfiança do que é espalhado.


Kadu pontua que quanto mais se aborda as questões referentes às fake news, suas estruturas orgânicas ou gerenciadas de disseminação, os contextos políticos e simbólicos envolvidos, mais se aborda de maneira frontal a função social da escola. “É uma instituição humana que ao mesmo tempo que resgata, inova, construindo de maneira coletiva a estrutura que utilizaremos todos para a resolução dos novos e antigos problemas que são, foram e serão pauta de nossa sociedade. É também uma nova oportunidade para a construção de novas práticas pedagógicas, menos instrucionista e mais mediadora”.


Tal conceito pode chegar também a adultos em âmbito acadêmico, que dentro da universidade poderão desenvolver debates mais aprofundados sobre o tema, seja vislumbrando formas de combate às fake news, criando projetos educacionais para pessoas sem acesso à educação superior ou à informação de qualidade, entre outras medidas preventivas contra a ilusão, a difamação, a injúria e o desserviço de tais mecanismos.


Sem nenhum controle, as fake news se espalham através da rede de contatos de cada pessoa


Para evitar que alguém seja fonte ou fruto de uma notícia falsa, Kadu aconselha: “um bom exercício para uma relevante análise de informações que não se sabe imediatamente quanto a sua veracidade pode ser obtida da provocação contundente do dramaturgo alemão Bertolt Brecht: ‘pergunte sempre a cada ideia: a quem serves?’”. Complementando o pensamento, vale lembrar de Aristóteles, que pontua que a dúvida é o princípio da sabedoria.


Que tal esclarecer todas as suas perguntas sobre o tema? No Festival Path 2019, evento múltiplo que oferece experiências em educação, entretenimento e negócios, Kadu Braga dará uma oficina sobre como usar a educação midiática para combater as fake news, tanto aprendendo a identificá-las quanto sabendo como passar esses macetes adiante.


Segundo Caio Dib, curador da trilha de educação do evento, a edição deste ano promete. “Acredito que teremos uma potência super legal por estar na região da Avenida Paulista, um espaço super democrático e com uma diversidade enorme de pessoas. Essa mudança pode parecer pequena, mas acho que vai ser um salto para tornar criatividade e inovação mais próxima das pessoas.”


Você não vai ficar de fora dessa, né? Garanta já seu ingresso e curta a extensa programação de palestras, shows, filmes, workshops e muito mais!


Serviço

O quê?

“Oficina: Fake News — como a educação de qualidade pode resolver esse problema” @festivalpath


Quando?

Data: 2 de Junho | Horário: 12h00–14h00


Onde?

Local: Sala Ceará do Maksoud Plaza

Endereço: R. São Carlos do Pinhal, 424 - Bela Vista/SP

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