top of page

Artistas urbanos darão workshops no Festival Path

Workshops artísticos são novidade da 6ª edição do festival de inovação e criatividade


Por Carla Furtado

Carlos Eduardo de Lemos e Fabiana Miyuki eram colegas na faculdade de design, quando se tornaram um casal. E eram simples designers quando viraram a dupla artística Marmota Vs Milky. A dupla ministra um dos workshops artísticos do Festival Path 2018, que terá sua sexta edição nos dias 19 e 20 de maio, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.


Mais que oferecer um evento de inovação e criatividade, o mote do Festival Path é criar um ambiente frutífero para conexões. Os workshops são uma das oportunidades mais ricas para quem quer trocar ideias no ramo da arte, afinal cada um é um mergulho de quatro horas na área escolhida: lambe-lambe, lettering, stencil e caligrafia flat pen. Cada um é vendido separadamente, no site do festival: www.festivalpath.com.br


Marmota Vs Milky contam que foi ministrando workshops que criaram mais oportunidades de conhecer outros artistas e dividir experiências. A dupla dará o aulão de lambe-lambe, espécies de cartazes, desenhos e colagens que podem ser feitos das mais variadas formas e colados tanto na rua quanto na parede do seu quarto. Confira o breve bate-papo do Átomo com os artistas.

Vocês trabalhavam como designers mas dizem que foi na ilustração que se encontraram. O que os encantou na ilustração?

Quando formamos o Marmota vs Milky, um trabalhava em uma agência de publicidade e o outro em uma editora. Nestes seguimentos a prioridade era produzir pensando em estratégias, público alvo, se a tipografia usada era legível e coisas do tipo. Muitas vezes nossas verdadeiras responsabilidades eram pesquisar, documentar, criar layouts para uma peça e, se sobrasse um tempinho, daria pra desenhar alguma coisinha. Com o tempo percebemos que era essa última etapa que nos deixava mais empolgados de executar. Hoje concluímos que design tem que ser feito para pessoas e a ilustração pode se alimentar de questões mais pessoais.

Como foi que a arte entrou na vida de vocês?

A faculdade é a época que podemos citar como o começo da exploração do tema. Foi ali que iniciamos um estudo acadêmico e exercitamos uma comunicação através da arte já que tínhamos matérias que eram relacionadas ao tema. Contudo, isso é o que se refere a arte clássica por assim dizer. Pois se pensarmos bem, somos impactados por diversas formas de arte a vida toda, como por exemplo, filmes, desenhos animados, quadrinhos, teatro, música, jogos, arte de rua, publicidade e por aí vai.


Acreditamos que todas essas manifestações artísticas nos impulsionaram a seguir a nossa profissão e a fazer as coisas do jeito que fazemos. Desde a faculdade estamos lapidando o que aprendemos sobre o tema e o workshop de lambe-lambe tem servido de laboratório para incorporar essa mistura de conhecimentos em projetos.

Por que decidiram trabalhar como uma dupla? É como se Marmota e Milky fossem personagens?

Sempre falamos que juntos nós fundimos forças e moderamos fraquezas. Na verdade, temos habilidades diferentes e complementares que nos ajudam a desenvolver projetos mais ricos. Gostamos da ideia de colaboração e compartilhamento de ideias. Tanto é que logo depois de formados nós juntamos uns amigos da faculdade para atuar em projetos fora dos nossos empregos da época. Porém, com o tempo o grupo se desfez e nos deixou essa lacuna que ainda queríamos preencher. Foi aí que resolvemos seguir como dupla e continuar exercitando nossas habilidades fora do mercado de trabalho.

Neste sentido, podemos considerar sim o Marmota e Milky como personagens, já que nesta fase passávamos o dia trabalhando com design e de noite eram nossos alter egos que tomavam conta estudando e entendendo como seria trabalhar com ilustração. Mas na real, o nome Marmota vs Milky só surgiu porque queríamos um nome diferente, marcante e engraçado. ;p ;p

O que há de instigante em aprender a técnica de lambe-lambe? Qualquer pessoa pode tentar?

O lambe-lambe é cheio de espaço para experimentações artísticas. É um tipo de intervenção (urbana ou não) que é planejada de um jeito antes de ser colada e que pode tomar outra forma depois de grudada na parede. Comentamos com nossos alunos que toda peça artística é concebida por quem a faz mas se transforma em outra coisa dependendo de quem a vê.


"O lambe-lambe é principalmente um exercício de desapego. No momento em que você o coloca na parede, ele não é mais seu. Você não tem controle de como as pessoas lerão sua arte, não sabe como ficará depois da chuva, se terá um rasgão ou uma rabiscada. É uma técnica viva e por isso achamos tão instigante!"


Outra coisa que nos faz gostar do lambe é o fato dele ser democrático e que pode ser feito por qualquer pessoa sim. Por exemplo, um grafiteiro precisa de uma habilidade de desenho e de como usar o spray pra poder construir sua arte. Já o lambe-lambe agrega técnicas mistas e maleáveis que podem ser feitas calmamente antes da colagem. Ele aceita composições feitas com recortes de papeis, revistas, fotografias, cartazes, impressões, jornal e ilustrações. O importante é a ideia por trás da técnica.


Vocês dizem que é através de workshops que conseguem criar mais oportunidades de dividir experiências. A partir da troca com alunos já criaram algo novo?

Nosso workshop é remodelado a cada experiência que passamos ao ministra-lo. Houve turmas que sabiam tanto quanto ou mais que a gente, então passamos a aula “trocando figurinhas” de artistas que gostamos e falando de exemplos de lambe-lambe que achamos legais. Isso gerou ótimos trabalhos e projetos com temas importantes desenvolvidos depois do workshop.

Todas as nossas oficinas são oportunidades de novas criações. Pois gostamos de sentar com cada aluno para discutir a ideia dele e tentar explorar o máximo dessa oportunidade para criar um trabalho que a pessoa se orgulhe de ter feito. Além de tentar instiga-los a aprender mais sobre a técnica para agregar ao tipo de trabalho que ele queira desenvolver.

Por exemplo, hoje nós incorporamos o lambe-lambe em quadros para explorar outros suportes além de muros e discutir o papel das técnicas da arte de rua dentro do meio artístico.


O workshop de lambe-lambe no Festival Path 2018 acontece no dia 20 de maio, domingo, das 10h às 14h, na Escola Britânica de Artes Criativas (EBAC). Saiba mais e inscreva-se neste e nos demais workshops em www.festivalpath.com.br/workshops


0 comentário
bottom of page