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Como design, arquitetura e arte podem transformar a vida de comunidades e pessoas

Design, arquitetura e artes plásticas em geral não são apenas sobre estética, podem ser sobre como melhorar a vida das pessoas. Nesse artigo vamos explorar como essas três disciplinas podem fazer a diferença na sociedade transformando o futuro dela. Conheça também conteúdos do Path que estão relacionados a cada uma dessas áreas e veja exemplos de soluções e inovação para a sociedade através de profissionais que passaram pelo Path.


O design pode ajudar a criar soluções inovadoras que melhoram o bem-estar das pessoas. O design de produtos, por exemplo, pode ajudar a tornar as tarefas diárias mais fáceis, melhorar a segurança e tornar os produtos mais duráveis, além disso pode ajudar a melhorar a acessibilidade e tornar os espaços públicos e privados mais confortáveis e acessíveis para todos.


Na arquitetura é possível criar espaços que promovam a saúde e o convívio saudável entre as pessoas, por exemplo, a arquitetura sustentável ajuda a reduzir o consumo de energia, melhorar a qualidade do ar e criar habitats saudáveis. A arquitetura também pode ajudar a criar ambientes que favoreçam o engajamento social, como parques, jardins e espaços abertos.


Já a arte como um todo tem o poder de conectar as pessoas de forma significativa. Por exemplo, a arte de rua pode ser usada como forma de expressão e comunicação, ajudando as pessoas a se expressarem e se conectarem. Além disso, a arte também pode ajudar a melhorar a estética de um lugar, tornando-o mais atraente para os visitantes.


Design, arquitetura e arte são três áreas que têm o poder de transformar a vida das comunidades e das pessoas. A cada dia, profissionais dessas áreas estão criando soluções inovadoras para os mais diversos problemas, desde a falta de moradia até a poluição.


No entanto, o impacto que essas áreas podem ter vai muito além daqueles já mencionados. Elas podem transformar a forma como as pessoas veem o mundo e se relacionam com ele, inspirando-as a tomar medidas para melhorar suas vidas e seu entorno, estimulando outras pessoas a pensar de forma mais criativa sobre o mundo. Esses projetos também podem fomentar o senso de pertencimento à comunidade.


Se reconectando com o passado e melhorando o presente através do design.


Um exemplo de bom uso do Design está no projeto de um dos mais aclamados designers do Brasil, Marcelo Rosenbaum, que junto ao povoado de Várzea Queimada, no sertão do Piauí, vem reconectando moradores dessa região à sabedoria ancestral que permeia o lugar. Através de oportunidades de trabalho o projeto ressignifica e reconquista a arte de construir objetos identitários para a comunidade.


“Várzea Queimada sofre com todo esse acesso da agricultura, são populações que vivem da agricultura familiar, com muito pouca terra, mas é um lugar de muita resistência, e resistência a partir de seu próprio saber.” destaca Rosenbaum em sua participação na edição de 2021 do Path.


O conteúdo completo desta conversa pode ser acessado através da plataforma de streaming do Path. No bate-papo mediado por Fabiana Zanin, do Yam, Rosenbaum e Marcilene Barbosa, coordenadora da AMVQ (Associacao de Mulheres da Varzea Queimada), conversam sobre como se reencontrar com o Brasil através da ancestralidade presente em cada canto do país, em cada povoado, como em Várzea Queimada.



Através de uma imersão na comunidade, a equipe envolvida no projeto percebeu em um objeto, uma oportunidade de transformação daquela realidade através da identificação com o passado do povoado. O ato de criar o bogoió, que é um entalhe de borracha de caminhão, que os homens desenvolveram para complementar a renda das famílias, se converteu no trançado da palha de carnaúba, criando cestos artesanais que transformaram a realidade do povoado.


“Existe um êxodo muito grande em um período do ano em Várzea Queimada, pois chega a seca, não há possibilidade de trabalho e as pessoas vêm para São Paulo trabalhar na colheita de laranja em processos absolutamente escravocratas, muito cruel, olhar quais as oportunidades de permanência que a gente pode gerar para quem não quer sair (de Várzea Queimada), dessa pessoa ter opção de escolha em um lugar onde não há, não tendo água encanada é uma loucura, ainda mais quando você entende que isso é uma questão política.”, explica Rosenbaum no Path.


Para a gestora do projeto, Marcilene Barbosa, aos poucos foi possível perceber que o cesto bogoió transformou a rotina da comunidade e alimentou as esperanças do povoado.”A gente viu no cesto uma estrela brilhando, mas aquela sede e vontade de um grupo de mulheres, que pudessem produzir uma condição de vida melhor, fez com que a gente se agarrasse à ideia do cesto, se não fosse essa esperança não estaríamos aqui contando essa história”, conta Marcilene.


Esse é só um exemplo de transformação a partir de áreas como o design, que também pode ser agregado à outras possibilidades arquitetônicas e artísticas. O Path sempre foi essa ponte para a inovação, trazendo para a luz as soluções que criam não somente tendências, mas que desenvolvem movimentos, locais, ideias e transformam a vida de pessoas em lugares distintos do Brasil e do mundo.


Se conectando com a natureza em projetos de arquitetura.


A arquitetura pode ter um grande impacto na sociedade, criando ambientes que possam melhorar a qualidade de vida e promover o bem-estar. Planejamento urbano bem feito, uso eficiente do espaço e projetos bem executados trazem benefícios significativos às comunidades, como o aumento da produtividade, da saúde e da educação. Como resultado, uma arquitetura inteligente e bem projetada pode ajudar a promover maior equidade social, construir comunidades resilientes e melhorar as condições de vida para muitas pessoas.


Além de melhorar a qualidade de vida, a arquitetura também pode construir ligações entre a sociedade e a natureza. A integração de elementos naturais, como plantas e vegetação, em ambientes urbanos pode ajudar a reduzir a poluição, melhorar o ar e a água e aumentar a qualidade de vida. Ao proporcionar conexões entre o meio urbano e o meio rural, os arquitetos podem criar um espaço onde natureza e cultura sejam equilibradas e sustentáveis.


A natureza é um designer de bilhões de anos, criando a beleza e a diversidade que vemos em nosso mundo. Ao longo do tempo, os elementos no solo terrestre criaram naturalmente uma variedade de ecossistemas que tornam a vida na Terra possível. Os oceanos, florestas, áreas áridas e outras regiões terrestres foram criadas com o poder da natureza e seus “designs”.


A natureza é capaz de criar formas e estruturas que a engenharia humana não consegue reproduzir. Por exemplo, os lindos caminhos sinuosos das águas dos rios, as cachoeiras, as luzes do luar e os círculos naturais que podem ser formados ao redor de um lago são apenas alguns exemplos de como a natureza é capaz de criar coisas lindas e complexas.


As florestas, áreas áridas e outras regiões terrestres ajudam a controlar o aquecimento global, ajudando a manter o clima estável e o ar da Terra limpo. A natureza também é responsável pela criação e manutenção de ecossistemas diversificados, que são essenciais para a vida na Terra.


O atelier Marko Brajovic é mais um exemplo que passou pelo Path e que hoje atua em projetos que em muitos casos atuam através da inspiração na natureza. Em sua palestra no Path de 2021, o arquiteto compartilha brevemente sua filosofia, inspirações e processos criativos por trás de projetos inspirados na natureza e culturas indígenas, em diferentes escalas, formatos e regiões.



Além disso, ele apresenta exemplos de projetos em andamento do hotel Mirante do Madada, o museu de ciências MuCA, a Biblioteca Flutuante Mamori, as Biofábricas e as Escolas Comunitárias do Rio Negro, que esteve na 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza no pavilhão principal de Giardini como “Amphibious - vivendo entre as águas e terra na Amazônia ”.


Arte à favor da preservação da história


A arte é um dos principais meios pelos quais a humanidade preserva sua história. Desde os primórdios da história, as pessoas usaram a arte para contar histórias, expressar sentimentos e transmitir mensagens. Por meio da arte, pode-se preservar informações sobre culturas, eventos e personalidades históricas.


A arte tem a capacidade de criar uma ligação entre o passado e o presente. Os artistas usam seu trabalho para contar histórias do passado e preservar o legado das gerações anteriores. De obras de arte em museus a murais nas ruas, a arte se torna uma forma de comunicação ao tornar histórias e eventos passados mais acessíveis e significativos para as gerações atuais.


A arte também pode ser usada como um meio de preservar a cultura e a ancestralidade de comunidades. Por meio da arte, as pessoas podem celebrar seus costumes, crenças e tradições. As práticas artísticas são transmitidas de geração para geração, o que ajuda a preservar a identidade cultural e a conectar as gerações atuais com seus ancestrais.


Além disso, os processos artísticos têm o potencial de promover a inclusão e a aceitação. Estimula as pessoas a compartilharem suas histórias e experiências, abrindo caminho para diálogos entre culturas diferentes. A arte também pode ajudar a fortalecer a ligação entre os membros de uma comunidade, criando um sentimento de pertencimento.


A arte também pode ser usada para ajudar na preservação da natureza. As instalações ao ar livre são criadas para criar uma conexão entre o espaço urbano e a natureza. Estas obras de arte podem inspirar as pessoas a se conectarem com seu meio ambiente, ajudando a promover a conscientização sobre a importância da preservação da natureza.


Cerrado Infinito


Um exemplo disso está no trabalho de Daniel Caballero, com seu Cerrado Infinito. Ele é um dos participantes da última edição do Path, com uma palestra transformadora e um documentário mostrando sua obra mais impactante, a reprodução e preservação de um bioma original da cidade de São Paulo.



Neste documentário original do Path Amazônia, a memória de um bioma original da cidade de São Paulo é mantida em uma praça na Zona Oeste. Cerrado Infinito é um experimento de recriação da paisagem que os portugueses encontraram em São Paulo e é mantido na Praça da Nascente pelo artista visual Daniel Caballero. O doc mostra a perspectiva do artista diante do caos paulistano em que é inserido e como ele descoloniza a paisagem através destes fragmentos da história. Assista clicando abaixo.







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