A executiva fala sobre como está transformando digitalmente o dia a dia de empreendedores negros e como a fintech D’Black tem trazido soluções financeiras para essas mudanças.
O Festival Path sempre se preocupou em conectar conteúdos que combinam as mais diversas áreas, nesta edição há a necessidade de buscar novos formatos e o caminho para trazer ideias transformadoras ao festival foi o das 17 ODS (Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável). Um dos objetivos destaca que até 2030, estes países precisam empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião e condição econômica.
Na linha de frente dessa busca pelo fim da desigualdade social e principalmente na luta anti racista que está totalmente estruturada nesse contexto, está Nina Silva, uma das convidadas da Volvo Car para o Path Amazônia. Nina Silva é uma executiva em tecnologia há mais de 20 anos, especialista em gestão de negócios e transformação digital com atuação internacional.
A executiva é Fundadora do Movimento Black Money, que busca transformação digital a empreendimentos negros os inserindo no mercado com maior independência e nível de competitividade igualitário diante de outros negócios. Além disso, traz instrução para outras pessoas negras adentrarem a área de tecnologia em que, hoje, 30% das vagas não são preenchidas por falta de mão de obra especializada.
“Black Money foi também a ressignificação do termo para o Brasil, pois nos Estados Unidos e China, por exemplo, significa “dinheiro sujo”, é o entendimento de que se pode falar de dinheiro negro da mesma maneira que vários outros grupos minorizados na história mundial o fazem”, explica Silva.
Em um relatório produzido pelo Pnud, Unicef, Unesco e Opas, foram reunidos 94 indicadores abordando a situação do Brasil logo antes da Covid, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), esse relatório mostra que, embora a pandemia tenha atingido todos os países, suas consequências poderão ser piores para Estados onde a desigualdade social é maior.
O documento mostra que a letalidade entre pacientes internados com casos confirmados de Covid foi de 56% entre brancos e de 79% entre não brancos, transparecendo a vulnerabilidade sofrida pela população negra no enfrentamento da pandemia.
“Essas pessoas precisam pagar as dívidas, as contas atrasadas, precisam pagar o transporte de seu emprego ou locação da empresa, que não parou durante a quarentena, porque somos nós, pessoas negras, as que mais sofreram por estar no front durante a pandemia. Então entendemos que o movimento Black Money precisa instrumentalizar a população negra para não mais estar apenas nesse lugar de subserviência e de processos de exclusão ainda do século passado, mas sim, trazer a tona oportunidades, possibilidades e experiências do nosso século que são mais inclusivas e não exclusivas”, revela Nina Silva.
Mais plataformas, empoderamento e diversidade.
Entre os projetos criados pelo Movimento Black Money está a fintech D’Black Bank, que traz Inclusão econômica e acesso a produtos financeiros com todos os seus processos colaborativos direcionados à luta anti racista. O banco fornece cartão de crédito que transfere parte de movimentação aos projetos sociais, com campanhas de doações para renda básica de famílias negras, lhes dando autonomia.
“Como o projeto “Impactando Vidas Pretas”, que durante a pandemia levou a renda de 600 reais para as pessoas. Estamos falando de uma maioria de 118.9 milhões de pessoas no Brasil, quando falamos do lugar de mulheres negras estamos falando de 28,7% de pessoas no Brasil, o maior grupo, em recorte de gênero e raça no país”, complementa Silva.
Nina Silva nasceu em uma das maiores favelas planas da América Latina, o Jardim Catarina, lá identificou durante sua infância e adolescência que o sistema é excludente desde suas entranhas. Sendo uma criança negra e estudando em escolas privadas através de bolsa de estudo, já se identificava como um corpo não pertencente àqueles espaços.
De acordo com ela, isso se refletiu na Faculdade Federal, quando adentrando no mercado de trabalho, aos 17 anos, percebeu que ao olhar para os lados e para os cargos nas empresas não encontrava outros iguais, não via mulheres em posições estratégicas e todo esse cenário se assemelhava muito com o que já vivenciou quando criança.
“Já nascemos com os corpos politizados e eu sendo uma mulher negra não teria como as minhas ações, meu dia a dia, não estar conectado diretamente à essa vivência, meu trabalho, meu conhecimento e esforço diário é para que essa vivência tenha impacto positivo e que outros corpos negros, outras mulheres negras, tenham acesso, tenham possibilidade de ser quem quiserem ser, estarem nos lugares que quiserem estar e ter as oportunidades que puderem ter.”, conta Nina Silva.
Outro tema abordado na conversa com Nina Silva foi a diversidade dentro das empresas, que podem gerar maior lucratividade para os negócios, ao se comprometer com essa agenda, a empresa se conecta com a sociedade de forma positiva.
Trazer pautas urgentes com essas para o todos os espaços da organização de um negócio, de acordo com Nina Silva, é preciso falar com maior intencionalidade sobre esses temas, para que esta diversidade seja vista em todas as esferas. “As empresas devem desenhar processos para a aceleração dessa inclusão, para que ela seja olhada de uma maneira mais holística”, completou Silva.
A conversa completa com Nina Silva será uma entre tantas outras que a Volvo Car Brasil irá trazer para o Path Amazônia no último fim de semana de 30 e 31 de outubro.
Você já pode se cadastrar acessando o ondemand.festivalpath.com.br. Nos vemos lá!
댓글