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Daniel Dias fala sobre regenerar gerações com o esporte, à convite da Volvo Car Brasil no Path

Com a marca de 100 medalhas nas três principais competições paralímpicas de natação, Daniel Dias conta como se apaixonou pelo esporte e se tornou referência para outros atletas.

As três medalhas de bronze que Daniel conquistou em Tóquio. Foto: Rogério Capela / CPB

O ano era 2004, as paralimpíadas de Atenas começavam e, em São Paulo, um jovem assistia de casa nadador Clodoaldo Silva ganhar sete medalhas, sendo seis de ouro e uma de prata para o Brasil. Esse jovem era Daniel Dias, nascido com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, que viu na conquista de Clodoaldo a oportunidade de entender o que era o paradesporto, para se tornar hoje um dos maiores nomes da natação nas paralimpíadas.


“Foi a primeira vez que eu tive um contato com o movimento de paradesporto e, no final de 2004, eu comecei a praticar. Foi dessa maneira que me apaixonei pela natação, aprendi a nadar os quatro estilos e de lá para cá eu não parei mais.” lembra Daniel Dias, que é um dos convidados pela Volvo Car Brasil para conversar com o Path Amazônia.


Com o apoio da família, Dias gostou tanto da natação que acabou levando a prática mais a sério e de lá para cá construiu uma carreira vitoriosa no esporte, sendo referência para gerações de jovens atletas paralímpicos.


Um ano após aprender os quatro estilos de nado, crawl, costas, borboleta e peito, Dias já competia entre os melhores atletas paralímpicos brasileiros, em sua primeira competição em Belo Horizonte o atleta conquistou duas medalhas de bronze e a partir daquele momento escolheu que faria aquilo da vida.


Nas Paralimpíadas de Tóquio, Daniel Dias deu suas últimas braçadas no esporte de alto rendimento, encerrando a carreira com três medalhas de bronze, que se juntaram ao total de 100 medalhas entre ouro, prata e bronze, ganhas por ele em mundiais, panamericanos e paralimpíadas. “É um momento difícil porque é uma vida dedicada a isso, é algo que fez parte da minha vida por quase 18 anos.”, conta Dias.


Sua decisão foi tomada durante uma reflexão sobre a carreira no fim do ciclo paralímpico de 2016.”Quando terminei os jogos eu comecei a pensar que um dia tinha que parar....”, relembra Daniel Dias, enquanto dá uma explicação sobre os motivos que culminaram na decisão, “a vida de um atleta se resume em ciclos, em quatro anos você sai de uma paralimpíada e começa a pensar em outra, então esse planejamento ocorre a cada ciclo e nada melhor do que encerrar a carreira no final de um deles.”, completa.


O atleta paralímpico enxerga o esporte como ferramenta de transformação social, tendo como exemplo sua própria experiência e de como ele se tornou referência para muitos jovens. Nessa paralimpíada, o Comitê Paralímpico Internacional criou a campanha “Nós, os Quinze”, que tem como objetivo, em uma década, acabar com a discriminação e chamar atenção para a visibilidade da causa. Para Daniel Dias é muito importante que ações assim ocorram, para ampliar a visão das pessoas sobre o tema utilizando um palco com a visibilidade das paralimpíadas.


“Às vezes a acessibilidade se prende muito a uma rampa, piso tátil, mas vai muito além disso, ela precisa estar dentro de nós, é muito maior do que um espaço físico. É preciso realmente estar dentro de você, pensar na acessibilidade também como a forma de tratar as pessoas e como fazer isso, para conhecerem sobre a causa através das paralimpíadas, onde elas passam a ter um olhar e reconhecer o valor de quem tem deficiência, pois às vezes não é nem o preconceito, mas a falta de conhecimento.”, explica Dias.

Daniel foi porta-bandeira da delegação brasileira no encerramento das Paralimpíadas. Foto: Matsui Mikihito/CPB.

As marcas também podem ajudar nesse processo de divulgação da pauta e ao mesmo tempo se adaptar à essa enorme parcela da população mundial. A Volvo Car Brasil é parceira de Daniel Dias e o acompanhou nas raias de Tóquio e de acordo com o nadador, ter apoio de grandes empresas no desporto paralímpico é essencial para seguir em frente e conquistar medalhas. “Se a gente não tem os parceiros, a gente não chega a lugar nenhum”, explica Daniel Dias, que também vê nesse incentivo o efeito positivo para as próximas gerações.


“Eu vejo que é na criança que a gente vai agir, nas futuras gerações, o esporte ensinando as crianças para que a gente possa ter um mundo com mais igualdade”, completa Dias. Essa conversa inspiradora poderá ser assistida na íntegra durante os dias 30 e 31 de outubro, no Festival Path Amazônia.


Até lá, você já pode se cadastrar e receber mais informações sobre o festival.



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