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G20: mais investimentos em pesquisas científicas podem acelerar agenda 2030

Com o início das reuniões do G20, líderes mundiais estão com a oportunidade de discutir as melhores formas de acelerar a busca pelas metas estipuladas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O investimento em pesquisas foi reduzido por conta da pandemia de Covid-19, mas faltando menos de uma década para atingirmos os objetivos, a discussão sobre os orçamentos direcionados aos ODSs precisa voltar para as pautas da reunião.



Começou ontem (15), em Bali, na Indonésia, a reunião do G20 para discutir assuntos globais relacionados à economia e que, consequentemente, trará novos debates sobre o desenvolvimento sustentável e os temas relacionados ao 17 ODS que estão agregados a muitos dos assuntos discutidos entre os líderes dos principais países do globo.


O objetivo da reunião é abordar como os países membros podem trabalhar juntos para enfrentar os desafios do crescimento sustentável. Apesar das diferenças regionais e culturais, o G20 tem o potencial de ser uma força unificadora na luta contra a pobreza, a fome e as mudanças climáticas.


O trabalho do G20 sobre desenvolvimento mudou de tal forma com o tempo que se expandiu ao longo dos anos. Em 2015, com o acordo global da Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável, o G20 intensificou ainda mais seu engajamento no desenvolvimento sustentável. Desde então, os líderes têm consistentemente reconhecido o caráter único e crucial deste fórum de coordenação no avanço e apoio a implementação das metas globais.


Importância do G20 para os ODSs?


A reunião do G20 é importante porque ela reúne as principais economias do mundo para discutir assuntos econômicos globais. O objetivo do G20 é promover o crescimento econômico sustentável e equilibrado, e a redução da pobreza, a reunião também visa melhorar a cooperação econômica entre os países, bem como a promoção de reformas e inovações econômicas.


Sua importância nas metas globais para o desenvolvimento sustentável está na definição de prioridades e agendas para o crescimento econômico e desenvolvimento da Agenda 2030, mobilizando investimentos necessários para implementar os objetivos até a data..


No entanto, a reunião do G20 também pode ter alguns efeitos negativos no desenvolvimento sustentável, se os líderes não forem cuidadosos. Por exemplo, um foco excessivo na redução da dívida pública pode levar à diminuição dos investimentos em educação, saúde e outras áreas sociais, que são cruciais para o crescimento sustentável.



Quando os líderes mundiais se comprometeram com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas em 2015, pela primeira vez, todos os Estados membros da ONU e que fazem parte do G20, tinham a responsabilidade coletiva de acabar com a pobreza e proteger o meio ambiente.


Pode parecer óbvia essa busca pelo desenvolvimento sustentável, mas os líderes mundiais há muito relutam em aceitar a ideia de trabalhar juntos nestas metas cruciais. Especialmente nos países mais ricos, o fim da pobreza foi amplamente visto por muitos líderes como uma questão de ajuda internacional, mas muitos países de baixa e média renda consideraram, na época, a proteção ambiental como um obstáculo ao seu desenvolvimento.


Os ODS trouxeram uma mudança nessas atitudes, uma aceitação de que acabar com a pobreza e proteger o meio ambiente é uma responsabilidade compartilhada. Clique abaixo e conheça 6 ODSs e conteúdos do Path relacionados, que são determinantes para atingirmos as metas até 2030.




Retomada dos ODSs através de mais ciência e pesquisa


Com os problemas econômicos, sociais e sanitários trazidos pela pandemia de Covid-19, muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável tiveram que ser colocados de lado para dar lugar às medidas de emergência, em muitos casos os investimentos tiveram que ser redirecionados e os orçamentos para que países de baixa renda pudessem atingir as metas foram deslocados ou até mesmo encerrados.


Saindo da pandemia e tentando voltar ao ponto em que estávamos antes dela, nos países mais ricos, que são os principais responsáveis ​​pela maior parte das emissões climáticas e pela perda de biodiversidade, as agências de financiamento e as universidades estão falando sobre a necessidade de cumprir os ODS. E mesmo com os problemas da guerra entre Rússia e Ucrânia as metas para 2030 precisam ser continuadas.


Um relatório com uma equipe de cientistas, liderada por pesquisadores da Universidade de Sussex em Brighton, Reino Unido, mostra que ainda há um longo caminho a percorrer para que a política e os sistemas de financiamento tornem os ODSs uma prioridade para os pesquisadores.


A pesquisa, “Moving Directions: Steering Science, Technology and Innovation Towards the Sustainable Development Goals” , é feita desde 2015, e nela é possível entender a desaceleração de alguns ODSs através da quantidade de pesquisas e movimentações que são feitas em prol dos objetivos. Um exemplo é o objetivo 7, sobre energia acessível e limpa, que sofreu uma forte desaceleração desde a pandemia em países do G20.


No streaming do Path há uma sessão inteira dedicada ao ODS 7, para saber mais sobre esse tema e sua importância clique na imagem abaxo:

É uma história diferente para os países de baixa renda, onde o financiamento de pesquisa e os sistemas políticos estão claramente mais alinhados com os objetivos, como mostra o último relatório científico da organização cultural da ONU, UNESCO. Nele, os dados apontam que dois terços das pesquisas publicadas nos países mais pobres têm alguma conexão com os ODS.


A meio caminho de 2030, as coisas não parecem boas, uma meta para colocar todas as crianças em escolas primárias e outra para eliminar as mortes evitáveis ​​entre recém-nascidos e menores de cinco anos são as mais próximas de serem alcançadas. Mas a pandemia do COVID-19 foi um problema até mesmo nesses objetivos.


Como virar a chave?


Uma saída para essa retomada mais acelerada das metas globais poderia estar na forma como o financiamento científico dos ODSs é tratado. Hoje, os investimentos para ODS são vistos como dinheiro de ajuda e, a virada de chave pode estar na conversão dessa visão de financiamento para uma classificação mais importante nos orçamentos dos países.


No geral, o relatório de Sussex deve ser visto como um alerta. Até agora, o mundo está falhando em seu progresso em direção aos ODS, mas chegará um momento em que mais líderes mundiais perceberão que as metas precisam ser uma prioridade.


Entenda através da palestra com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, no Path de 2021, em que ele explica como esses investimentos podem ser aplicados para o desenvolvimento sustentável no caso do Brasil. Clique abaixo:


O G20 é uma das mais importantes plataformas multinacionais que temos para abordar os grandes desafios do nosso tempo. A importância da reunião deste ano reside no foco que ela coloca nas questões do crescimento econômico, do emprego e da inclusão social.


Para alcançarmos um crescimento forte e sustentável, precisamos ter uma economia global que funcione para todos. E isso significa investir em pessoas – especialmente nas mulheres e jovens – e garantir que todos tenham acesso a empregos de qualidade. O investimento em pesquisas e a preparação dos profissionais do meio científico precisam ser acelerados para que o caminho seja mais confortável e estável.


Os ODSs estão na mesa como um guia passo a passo para atingir o desenvolvimento sustentável nesses e outros temas relacionados. Ainda é possível, o tempo está curto, mas reuniões como a do G20 podem ser uma oportunidade vital para os líderes mundiais se unirem no enfrentamento desses desafios, construindo um futuro melhor para todos nós.


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