Uma pesquisa realizada na Universidade da Flórida confirmou uma intuição antiga. Quanto mais complexo é o que você lê, melhor você escreve.
Por Diogo Rodriguez
Foto: Agência Brasil
Foi isso o que descobriu o professor Yellowlees Douglas. Segundo ele, ainda não havia nenhum estudo parecido feito com adultos. A pesquisa analisou o que estudantes de MBA da universidade leem com regularidades, o número de horas de leitura e a frequência com que os alunos leem ficção. Como exemplo de escrita, Douglas e sua aluna Samantha Miller usaram um parágrafo da carta de apresentação [um documento que todos os alunos tiveram de apresentar] de cada pesquisado.
Os achados não foram exatamente surpreendentes. Quem lê apenas conteúdo online como Buzzfeed, Huffington Post e Tumblr, teve pontuação menor quando se estava avaliando a complexidade da escrita. Os estudantes que têm habito de ler revistas acadêmicas or ficção consagrada pela crítica.
Segundo os autores, essa tendência é a mesma que a linguagem oral apresenta. Neste caso, quanto mais complexo o ambiente ao qual uma pessoa é exposta, mais sua linguagem será sofisticada.
No Brasil, 56% da população afirma ter o hábito da leitura. Por ano, são 4,96 livros por an0. Porém, os brasileiros terminam apenas 2,43 livros por ano em média. E 30% dos entrevistados por pesquisa encomendada pelo Instituto Pró-Livro disseram que nunca compraram um livro. 28% dos entrevistados disseram que não gostam de ler e 13% não têm paciência para fazê-lo.
São dados preocupantes, especialmente à luz dessa nova pesquisa. Se queremos de fato nos tornar uma potência educacional, teremos de incentivar os brasileiros a ler. E a dedicar tempo a materiais de qualidade.
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