Em um mundo polarizado, com ideias convergentes, sempre é possível encontrar algo que nos une, o diálogo pode ser o primeiro passo para transformar ideias em soluções positivas para a sociedade. Esse é o tema do bate-papo no Path, entre Irina Bullara e Patrícia Tavares, que lançam a pergunta: “É possível dialogar no Brasil?”
A importância do diálogo entre as pessoas é crucial para o desenvolvimento de um ambiente de respeito e de trocas de informações, de maneira a colocar a educação como um instrumento de transformação social. Se colocar à disposição de diálogos difíceis é um exercício de humildade, mas ao mesmo tempo, é uma atitude de convicção de que o outro tem muito a nos ensinar quando aceitamos o diálogo e o confronto de ideias.
É através da conversa que as pessoas podem se conhecer e se entender melhor. Além disso, o diálogo também é importante para a educação, pois é através dele que as pessoas podem aprender uns com os outros e trocar experiências. No Path sempre procuramos trazer a diversidade de ideias para chegarmos em um ponto comum. As conversas que tivemos durante uma década nos transformaram em um espaço onde a convergência de opiniões leva sempre a um ponto em comum.
Buscando no diálogo um ponto em comum
Uma destas conversas é entre Irina Bullara e Patrícia Tavares, que lançam a pergunta: “É possível dialogar no Brasil?”. Para elas, sim, e foi o que vimos em bate-papo descontraído, em que os temas difíceis de serem dialogados foram colocados à mesa, como em uma conversa de bar.
Política, dados, evidências e desigualdades, todos estes temas foram parte da conversa entre elas. Irina Bullara é diretora executiva do RenovaBr, ONG que trabalha desde 2017 na formação de candidatos a cargos públicos. Já Patrícia Tavares é professora do Insper e criadora do Datapedia, uma interface de informações socioeconômicas e eleitorais do país.
Já no início da conversa, a dupla coloca uma questão em discussão, o sonho de uma criança para quando ela estiver na vida adulta. Em muitos casos ouvimos que esta criança quer ser, por exemplo, um jogador de futebol, pois é o que inspira ela. Irina conta que uma vez perguntou a um grupo de alunos, ainda muito novos, sobre o que eles queriam ser quando crescessem, e “nenhum deles disse que gostaria de ser presidente do Brasil”.
Para Patrícia Tavares, esse é o reflexo do tipo e qualidade do diálogo que temos no Brasil. “Crianças olham para aquele que os inspira, essa é sua única inspiração, é ser jogador de futebol, mas que outros sonhos para essas crianças estão disponíveis?”, questiona a professora.
Permitindo bases para o diálogo
Os temas ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), são parte desse problema, de acordo com a dupla a educação, a pobreza e a necessidade ações que gerem renda precisam estar em harmonia com esse diálogo nacional. Mas elas deixam a pergunta: como conseguir alcançar estes temas?
E é aí que entra o diálogo. “Vamos combinar que é um absurdo a gente aceitar que as pessoas morram de fome, em um país que é o maior celeiro do mundo em plantação de grãos, se a gente concorda que é um absurdo, temos aí um ponto em comum, que é o que vai permitir o diálogo”, explica Tavares.
Para a professora, “sonhar o futuro é o que nos torna humanos”, mas para isso é preciso dar condições para que as pessoas que vivem na pobreza tenham a capacidade de sonhar e fazerem parte desse diálogo.
A pandemia tem uma séria participação nesse tema. Durante o isolamento nós perdemos muitos contatos e formas mais humanas de dialogar, acentuando as diferenças socioeconômicas e as incertezas.
Para Irina Bullara, esse ponto de desencontro precisa ser restabelecido reconhecendo as diferenças e buscando ideias em comum. “A partir disso o que eu acho que está acontecendo é que a gente está sempre olhando para a diferença e nunca olhando para o que nos une.”, explica Bullara.
Assista a conversa completa em nossa plataforma de streaming, clique abaixo e confira:
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