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Os impactos da Covid-19 na tecnologia, ciência e inovação

Depois de passarmos por 3 anos de pandemia, ainda vivemos na dúvida se a Covid-19 pode evoluir através de suas mutações ou se outras doenças poderão surgir com os impactos climáticos. Mas já temos certeza que estaremos mais preparados, já que a humanidade precisou pular degraus da evolução tecnológica e científica para barrar o vírus.



A pandemia de COVID-19 afetou todos os aspectos da economia e da sociedade global. Embora seja impossível prever os impactos de longo prazo da pandemia na ciência, tecnologia e inovação (CTI), é instrutivo explorar algumas das diferentes tendências possíveis de como a pandemia pode afetar estes setores em termos de gastos gerais, infraestrutura digital, abertura, inclusão e colaboração global.


Um estudo feito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), lançado em janeiro de 2021, destacou como a pandemia do COVID-19 ameaça causar danos de longo prazo aos sistemas de inovação em um momento em que a ciência e a criatividade são mais necessárias para lidar com a emergência climática, atender os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e acelerar a transformação digital.


O relatório enfatizou a necessidade de os países implementarem medidas para proteger seus sistemas de inovação como parte de seus pacotes de estímulo e recuperação. Também recomendou uma mudança na política de CTI para apoiar uma agenda mais ambiciosa de transformação do sistema que promova uma transição gerenciada para um futuro mais sustentável, equitativo e resiliente.


Possíveis impactos de longo prazo da crise do COVID-19 na ciência, tecnologia e inovação


A crise do COVID-19 pode ter implicações em cascata imprevisíveis para a ciência, tecnologia e inovação nos próximos anos. Nesse contexto, a formulação de políticas de CTI deve se basear em uma compreensão mais abrangente da complexidade dos desenvolvimentos em andamento e dos efeitos interligados em diferentes partes do sistema.


Essa compreensão das incertezas críticas e possíveis desenvolvimentos futuros ajudará a projetar políticas inovadoras e adaptáveis, construindo um sistema que seja mais ágil, resiliente e produtivo sob uma ampla diversidade de condições futuras, como uma nova pandemia.


Insights de crises passadas apontam para dois desafios principais para gastos futuros nestas áreas, que podem ter efeitos duradouros no desempenho de inovação dos países. As características distintas da crise do COVID-19, no entanto, sugerem que a dinâmica provavelmente difere daquela após a crise financeira global de 2008-09 e varia significativamente entre os países.



Gastos empresariais desiguais em pesquisa e desenvolvimento podem afetar a dinâmica da inovação entre os setores. Os gastos das empresas na inovação se movem em paralelo com o PIB, desacelerando acentuadamente em tempos de recessão econômica.


O novo normal da pandemia do COVID-19 destacou a importância de infraestruturas digitais robustas e acessíveis para garantir a continuidade de muitas atividades econômicas e sociais em um ambiente de distanciamento social. Além disso, a pandemia acelerou a adoção de tecnologias digitais em muitos setores, incluindo saúde, educação e comércio eletrônico. Essa tendência deve continuar no futuro, criando oportunidades para inovação em várias áreas.


Os esforços de combate à pandemia do COVID-19 aceleraram a adoção de tecnologias digitais, incluindo o uso de plataformas de comércio eletrônico e a automação de processos empresariais. À medida que mais empresas adotam essas tecnologias, espera-se que aumentem a eficiência, a produtividade e a capacidade de inovação das empresas. A digitalização também pode levar a uma maior transparência e integração em toda a cadeia de suprimentos, tornando mais fácil para as empresas colaborarem e inovarem em conjunto.


Distância e acesso menos burocratizado e mais digital


A pandemia do COVID-19 destacou a necessidade de serviços de saúde remotos e telemedicina. À medida que mais pacientes são tratados remotamente, espera-se que a telemedicina se torne uma parte cada vez mais importante da prestação de cuidados de saúde. Isso criará oportunidades para inovação em tecnologias de telemedicina, como sensores vestíveis e monitoramento remoto de pacientes.


À medida que mais dados são gerados digitalmente, a análise desses dados se torna cada vez mais importante para a tomada de decisões empresariais e governamentais. A inteligência artificial pode ajudar a processar grandes quantidades de dados de forma rápida e precisa, permitindo que empresas e governos tomem decisões informadas em tempo real. O desenvolvimento de soluções de inteligência artificial para análise de dados pode ser uma área chave de inovação no futuro.


Em 2020, quando vivíamos um grave momento da pandemia, o Festival Path teve sua primeira edição digital, trazendo para quem estava em casa durante o isolamento social, um pouco do que especialistas, pessoas dos setores de tecnologia, ciência e inovação, estavam discutindo naquele período tão complicado. Assista abaixo um resumo feito pelo o Uol TAB, do primeiro dia do festival, em que é possível perceber o impacto da pandemia nos diversos temas conversados.



A pandemia do COVID-19 destacou a importância de uma infraestrutura de tecnologia da informação e comunicação robusta e acessível, algo que foi visto nessa edição do Path. À medida que mais pessoas trabalham remotamente e realizam tarefas online, ou eventos precisem ocorrer dessa forma, espera-se que haja uma demanda crescente por infraestrutura de TI de alta velocidade e confiável.


Maior abertura e inclusão na ciência, tecnologia e inovação


A pandemia do COVID-19 destacou a importância da abertura e inclusão na ciência, tecnologia e inovação. À medida que mais países trabalham juntos para enfrentar a pandemia, espera-se que haja uma maior cooperação e colaboração global na ciência e na inovação. Além disso, espera-se que haja um maior foco na inclusão na ciência, tecnologia e inovação, incluindo a participação de mulheres, minorias e países em desenvolvimento.


A pandemia do COVID-19 destacou a importância da colaboração e do acesso aberto à pesquisa científica. Desde o início da pandemia, houve um esforço global para compartilhar dados e informações sobre o vírus, sua disseminação e tratamento. Isso inclui o compartilhamento de sequências genômicas do vírus, pesquisas clínicas em andamento e informações sobre tratamentos e terapias promissoras.


Essa colaboração global também se estendeu à inovação. Empresas de todo o mundo se uniram para desenvolver e produzir vacinas em tempo recorde. As vacinas foram desenvolvidas em colaboração com governos, universidades, organizações sem fins lucrativos e setores privados.


A pandemia também destacou a importância do acesso aberto à pesquisa científica. O acesso aberto permite que pesquisadores de todo o mundo compartilhem informações e trabalhem juntos para avançar no conhecimento científico. A pandemia levou a um aumento na disponibilidade de artigos científicos de acesso aberto, o que pode ajudar a acelerar a pesquisa sobre o COVID-19 e outras áreas da ciência.


Mobilização sem precedentes na comunidade científica


Desde o surgimento do novo coronavírus em Wuhan, China, em dezembro de 2019, a pandemia desencadeou uma mobilização sem precedentes da comunidade científica em todo o mundo. Cientistas de diferentes áreas, como epidemiologistas, virologistas, imunologistas e outros, trabalharam incansavelmente para entender a doença, desenvolver vacinas e tratamentos, e fornecer informações para a saúde pública.


Uma das principais características dessa mobilização foi a rápida disseminação de informações científicas. Cerca de 75.000 publicações científicas sobre a COVID-19 foram publicadas entre janeiro e novembro de 2020, das quais mais de três quartos foram de acesso aberto. Isso representa uma grande mudança em relação a outras áreas biomédicas, em que menos da metade das publicações são de acesso aberto.


Bancos de dados de pesquisa e editores científicos removeram a criptografia dos documentos para que a comunidade científica pudesse compartilhar rapidamente dados e publicações relacionados ao COVID-19. Pre-prints (artigos acadêmicos que ainda precisam ser revisados ​​por pares ou publicados) tornaram-se mais comuns no campo da pesquisa médica, permitindo a difusão mais rápida de descobertas científicas, mas também aumentando os riscos em torno da garantia de qualidade.


Essa abertura e compartilhamento acelerado de informações foram essenciais para acelerar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e tratamentos contra a COVID-19. Por exemplo, o sequenciamento rápido do genoma do novo coronavírus permitiu a identificação de alvos para a produção de vacinas e a seleção de medicamentos existentes que poderiam ser testados contra a doença. Além disso, a colaboração internacional entre cientistas de diferentes países e organizações foi fundamental para reunir experiência e recursos e acelerar o progresso na luta contra a pandemia.


Cerca de 75.000 publicações científicas sobre a COVID-19 foram publicadas entre janeiro e novembro de 2020. (Dados OCDE)

No entanto, a pandemia também apresentou desafios para a comunidade científica. Além de suas atividades de pesquisa, os cientistas foram chamados a fornecer informações especializadas sobre saúde pública e outras respostas políticas à pandemia. Eles tiveram que comunicar evidências que são inevitavelmente incompletas e mutáveis, e fazê-lo de maneira a promover a confiança e confiança do público. Por várias razões, no entanto, o aconselhamento científico aos formuladores de políticas e ao público é cada vez mais contestado, mesmo quando os governos continuam enfrentando novas ondas da pandemia.


Um dos desafios para a comunicação científica é a falta de compreensão pública sobre como a ciência funciona. A pesquisa científica é um processo iterativo e evolutivo que envolve a formulação de hipóteses, testes de experimentos, revisões e refinamentos. Isso pode levar a mudanças na compreensão científica ao longo do tempo, o que pode ser confuso para o público em geral. A rápida disseminação de informações científicas também pode levar a informações conflitantes ou incompletas, o que pode prejudicar a confiança na ciência e na tomada de decisões baseadas em evidências.


Já podemos ver esse efeito ocorrendo em plataformas de streaming, como Youtube, Netflix e aqui no Path, ambientes digitais que estão colaborando com a divulgação científica e no compartilhamento de ideias e soluções positivas para a sociedade. Para acessar nossa plataforma é só clicar aqui



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